O termo terceiro mundo foi utilizado pela primeira vez pelo demógrafo francês Alfred Sauvy num artigo publicado em 1952, no qual fez comparação entre os países subdesenvolvidos, no pós-guerra, e o Terceiro Estado na revolução francesa. Concluiu o artigo intitulado ``Três mundos, um planeta´´, com a seguinte frase: ``Pois enfim esse Terceiro Mundo, ignorado, explorado, desprezado, tal como o terceiro estado, também quer ser alguma coisa´´.
No período da guerra fria (1947 - 1989) era comum classificar os países em um dos ``três mundos´´: o primeiro formado por países capitalistas desenvolvidos, sob a liderança dos Estados Unidos; o segundo composto pelos países socialistas, sob liderança da União Soviética, e o terceiro integrado pelos países subdesenvolvidos, capitalistas em sua maioria, mas também por alguns socialistas não alinhadas com a URSS. As nações do terceiro mundo localizavam-se na Ásia, África, a maioria recém independentes naquele momento, e na América Latina.
Após a segunda guerra mundial, o fato de pertencer ao terceiro mundo tinha um significado geopolítico e socioeconômico e expressiva alguma identidade entre os países que pertenciam a esse grupo. em 1955, foi realizada em Bandung, Indonésia, uma conferência que reuniu as nações recém-independentes da Ásia e África. Nesse encontro, o terceiro mundo passou a ser identificado como uma terceira via do desenvolvimento, uma alternativa ao capitalismo norte-americano e ao socialismo soviético. Com isso, a Conferencia de Bandung lançou as bases do movimento dos países não alinhados.
Hoje em dia, na atual fase do capitalismo informacional, esse termo ganhou caráter pejorativo (sinônimo de pobreza), e nenhum país quer ser identificado como pertencente a esse grupo (o mesmo ocorre com ``subdesenvolvido´´) o conceito de terceiro mundo pertence ao contexto da guerra fria.
Desde o inicio dos anos 1990, com o fim da União Soviética e, portanto, da guerra fria, o segundo mundo deixou de existir. Com o surgimento de países de industrialização recente, denominados emergentes, o grupo de países então, classificados de terceiro mundo, ficou muito heterogêneo. E mesmo no interior dos países desenvolvidos têm aumento nos índices de desigualdade social, marginalização e pobreza, especialmente a partir do inicio da crise financeira nos Estados Unidos em 2008/2009, que posteriormente atingiu vários países europeus. Assim, embora eventualmente ainda sejam usadas, atualmente não faz sentido empregar as expressões primeiro, segundo e terceiro mundo para agrupar os países.
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