Não são apenas os processos de colonização que explicam as diferenças de nível de desenvolvimento entre os países da América. Para isso, é preciso considerar também o que aconteceu após os processos de independência politica dos países da América entre a segunda metade do século XVIII e a primeira metade do século XIX. Além disso, é necessário levar em conta que, no capitalismo mundial, as relações entre os países, em parte, foram pautadas pela exploração de recursos naturais e de mão de obra dos países ricos em relação aos mais pobres.
Mesmo tendo obtido a independência política, muitos países da América se submeteram à dominação financeira e econômica das potências mundiais, que contavam com o apoio das classes dirigentes dos países latino-americanos. A política de influência dos Estados Unidos na América, a partir da década de 1820, é um fator que também deve ser considerado. No subcontinente latino-americano, o território dos países foi reorganizado, em boa parte, de acordo como os interesses dos países centrais do sistema capitalista.
Por outro lado, não se pode deixar de destacar os fatores internos que contribuíram para a manutenção das fortes desigualdades sociais, da pobreza e da miséria nos países latino-americanos: investimentos insuficientes em educação e saúde; dependência tecnológica; valorização, pela elite política e econômica, de um modelo de desenvolvimento pautado na intensiva exploração de recursos naturais, no acúmulo de produção de bens e de reprodução dos padrões dos países centrais.
Alguns países sul-americanos que formam o grupo dos emergentes, como Argentina e, sobretudo, o Brasil, passaram a ter um desenvolvimento econômico que, no final da década de 2000, repercutiu em melhorias nas condições de vida de suas populações.
No entanto, são muitos os países que em maior ou menor intensidade continuam dependentes, do ponto de vista militar, econômico e cultural, dos Estados Unidos. Os valores culturais estadunidenses estão presentes em várias partes do mundo, expressos na forma de vestir, na música e na alimentação, por exemplo.
O Canadá, apesar de ser um país desenvolvido, também tem uma economia muito integrada à economia dos Estados Unidos. Empresários estadunidenses possuem investimentos e um grande número de empresas em território canadense. Entretanto, a população desse país tem alto padrão de vida, desfrutando de boas condições de saúde, alimentação, habitação, educação etc.
A divisão regional que esse apresenta foi estabelecida de acordo com três critérios: o nível de desenvolvimento socioeconômico, a inserção do país na Divisão Internacional do Trabalho e a forma de organização política e socioeconômica. Ao observar o mapa, podemos verificar que a América Latina não é um conjunto homogêneo de países subdesenvolvidos.
Alguns fatores, como o tempo de duração do processo de colonização, a maneira como ele se desenvolveu, a forma de integração no mercado internacional após a independência política, as formas de aproveitamento dos recursos naturais, a distribuição das riquezas, o volume de dinheiro investido em educação e saúde, entre outros aspectos, acabaram provocando uma diferenciação de ordem econômica e social entre os países latino-americanos.
De acordo com esses fatores, os países da América Latina podem ser agrupados em:
- países capitalistas com atividade industrial diversificada (exportadores de produtos primários e industrializados). São países que apresentam produção industrial relativamente elevada em diversos setores e uma pauta de exportações industriais também relativamente diversificada. O México e a Argentina, por exemplo, exportam diversos modelos de automóveis, produtos químicos, siderúrgicos, metalúrgicos; o Brasil, além desses produtos, exporta aviões comerciais de pequeno e médio porte;
- países capitalistas com atividade industrial pouco ou relativamente diversificada, sendo que a maioria é grande dependente de exportações de produtos primários (agrícolas e/ou minerais);
- país socialista: Cuba.
Existem também diferenças em relação às condições de vida da população entre os países capitalistas subdesenvolvidos latino-americanos. Chile, Uruguai, Costa Rica e Argentina têm indicadores sociais bem superiores aos da Bolívia, Paraguai e Haiti.
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Fonte: Question More, Geografia: homem e espaço.
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