Dando continuidade aos posts sobre a América, abordaremos sobre a regionalização e os tipos de colonização que aconteceram no continente americano.
Os europeus que se dirigiram ao continente americano pertenciam a dois diferentes grupos linguístico-culturais: os anglo-saxões, ingleses na sua maioria, e os latinos, majoritariamente portugueses e espanhóis. Se considerarmos a língua falada e os traços culturais impostos pelos co- lonizadores, a América também pode ser subdividida em:
- América Anglo-Saxônica, constituída pelo Canadá e pelos Estados Unidos. Corresponde à parte colonizada principalmente pelos ingleses, cujo legado foram a língua (o inglês) e a religião (o protestantismo).
- América Latina, constituída pelo México, pela América Central (parte continental e parte insular) e pela América do Sui, cujos colonizadores foram predominantemente portugueses e espanhóis, que deixaram como legado a religião católica e as línguas mais faladas nessa porção continental - o espanhol e o português.
Apesar de muito comum, essa subdivisão contém certa imprecisão. No bloco da América Latina existem países que foram colonizados por ingleses e cuja língua oficial é o inglês, como Granada e Belize, entre outros; e por holandeses (Suriname, Antilhas Holandesas). Na América Anglo-Saxônica, uma parcela considerável da população canadense fala o francês (língua de origem latina) em áreas de colonização francesa. O critério mais importante para essa subdivisão, que enquadra países de línguas não latinas no bloco dos países latino-americanos, é a situação de subdesenvolvimento em que se encontram esses países. Os países da América Anglo-Saxônica apresentam alto nível de desenvolvimento, propiciando boas condições de vida à maior parte de sua população.
Placa na entrada no sítio arqueológico de Monray,o Peru. Entrada no Jardim Zoológico em Belize, nas Antilhas |
COLONIZAÇÃO DE EXPLORAÇÃO
O continente americano e outras regiões da Terra foram incorporadas às relações econômicas do capitalismo comercial, período em que a intervenção na natureza foi gradativamente se intensificando nesses territórios dominados e explorados pelos europeus. O continente americano foi a primeira área da superfície terrestre colonizada e organizada para atender às exigências e aos interesses comerciais do capitalismo que nascia nos diversos Estados-nação europeus.
A partir dos séculos XV e XVI, esses Estados-nação começaram a retirar de suas colônias tudo de valioso que podiam, considerando-as apenas uma fonte de riquezas. Orientados por essa concepção, eles extraíram das terras da América uma enorme quantidade de metais preciosos (ouro e prata) e matérias-primas (madeira e peles). Além disso, introduziram o cultivo de vários produtos de alto valor no mercado europeu, como a cana-de-açúcar, o algodão e o tabaco.
Para isso, os colonizadores utilizaram inicialmente a mão de obra escrava dos nativos - os indígenas - e, posteriormente, a dos africanos escravizados. Esse tipo de colonização era, portanto, baseado na retirada de recursos e riquezas naturais das colônias com o uso de mão de obra escrava.
COLONIZAÇÃO DE POVOAMENTO
Nos Estados Unidos e no Canadá, diferentemente do que ocorreu na maior parte do continente americano, predominou a colonização de povoamento. Os territórios que hoje correspondem a esses países começaram a ser colonizados entre o final do século XVI e o início do século XVII. Os franceses estabeleceram-se no sudeste do atual território canadense, junto ao Rio São Lourenço, região que passou a ser chamada de Nova França. Por longo tempo, as atividades mais importantes desenvolvidas nessa área foram a caça de animais de peles raras, a pesca e a comercialização desses produtos.
Os ingleses fixaram-se entre os Montes Apalaches e a costa atlântica, organizando treze colônias. As colônias do norte, região que era chamada de Nova Inglaterra, possuíam clima temperado como o da Inglaterra e o da maioria dos países europeus. Seus habitantes dedicaram-se à agropecuária, praticada em pequenas propriedades, e ao desenvolvimento de atividades artesanais para atender às necessidades locais. Elaboraram um modelo de colonização baseado no trabalho livre e voltado para a criação de um mercado interno. Isso permitiu a essas colônias uma autonomia maior em relação à Inglaterra, e possibilitou a criação das bases do desenvolvimento que vieram a conquistar em pouco mais de um século (a partir do século XVIII).
O mesmo não aconteceu com as colônias do sul. O clima subtropical dessa região favorecia o desenvolvimento de culturas agrícolas, como a do algodão e do tabaco, entre outras. Essas atividades, por sua vez, atendiam aos interesses do mercado europeu. De certa forma, no sul, o modelo de conização não se diferenciou daquele que havia sido implantado na América Latina: atividade monocultora, praticada em grandes propriedades, com a utilização do trabalho escravo e voltada para a exportação. No entanto, com o crescimento da atividade artesanal (ainda que proibida pela Inglaterra), vários produtos passaram a ser comercializados entre as colônias, criando um forte mercado interno nessa região. Assim, apesar de as colônias do sul apresentarem características de colônias de exploração, podem ser consideradas como colônias de povoamento.
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Fonte: Geografia: homem e espaço.
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