Se toda a água nos mares desaparecer repentinamente, ficaríamos chocados com o estranho e novo mundo dos montes submarinos, cachoeiras, penhascos e planícies que seriam revelados - alguns em lugares inesperados. Isso porque menos de 15% do fundo do mar é mapeado em detalhes confiáveis, um fato que a equipe de mapeamento sem fins lucrativos, a Carta Batimétrica Geral dos Oceanos (GEBCO, sigla em inglês), quer mudar.
Em parceria com a organização humanitária japonesa The Nippon Foundation, a GEBCO espera mapear a totalidade do fundo do oceano - em detalhes sem precedentes de alta resolução - até 2030. Isso deve ser alcançado através da compilação de novos dados e de mapeamentos marítimos existentes de uma grande variedade de fontes externas, identificando lacunas de informações e iniciando projetos de mapeamento para preencher áreas profundas dos oceanos ainda não mapeadas.
Quatro centros de dados regionais na Alemanha, Nova Zelândia, Estados Unidos e Suécia mapearão diferentes regiões dos oceanos do planeta, com um quinto "centro de coordenação global" que supervisiona todo o projeto do National Oceanography Center em Southampton, na Inglaterra.
No entanto, alguns cientistas levantaram preocupações de que o aumento do conhecimento do fundo do mar também poderia causar aumento da exploração mineral nos oceanos. Mineração do fundo do mar é uma prática controversa: embora possa aliviar os ecossistemas terrestres da pressão mineradora (Leia noticias sobre a extinção da Reserva Nacional do Cobre), ele tem um impacto incontável sobre os ecossistemas do fundo do mar.
A Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar - muitas vezes descrita como uma "constituição para os oceanos" - fornece regras justas sobre quem pode lucrar com os recursos do fundo dos oceanos. No entanto, diz pouco sobre a biodiversidade, que é uma das muitas razões pelas quais a Assembléia Geral da ONU está levando passos importantes para escrever um novo tratado o mais rápido possível, que proteja os mamíferos e os ecossistemas no alto mar.
