Fronteiras Estratégicas: Antecedentes da Guerra Fria - Projeto Geografando

Post Top Ad

16 outubro 2017

Fronteiras Estratégicas: Antecedentes da Guerra Fria


A soberania do Estado está circunscrita ao território delimitado pelas fronteiras nacionais. No plano internacional, não existe um poder geral, um “ governo mundial”, capaz de submeter os Estados às suas leis e regras. O sistema internacional de Estados é formado por unidades geopolíticas soberanas que cooperam ou conflitam de acordo com o que definem ser seus interesses particulares.

Cada um dos Estados, em tese, desconfia de todos os demais e experimenta uma permanente sensação de insegurança, justamente pela ausência de um poder geral. Um dos meios de redução da insegurança é a ampliação do próprio poder, concebido em termos econômicos, territoriais, demográficos, estratégicos, militares ou culturais. Por isso, os Estados protegem da concorrência externa setores da economia considerados vitais, financiam a pesquisa e a produção de arsenais de armas modernas, difundem por meios oficiais a sua língua e os seus valores. 

Outro instrumento para a redução da insegurança é a participação em instituições mundiais, como a Organização das Nações Unidas (ONU), e regionais, como a Organização dos Estados Americanos (OEA). As instituições internacionais geram compromissos entre os seus participantes e criam áreas estratégicas especiais, caracterizadas por um conjunto de regras aceitas pelos integrantes. Os limites de cada uma dessas áreas são fronteiras estratégicas, que separam os Estados “ de dentro” dos “de fora” da organização. 

GUERRA FRIA

No século XVII, configurou-se na Europa um sistema de equilíbrio econômico, militar e político entre as principais potências, como Grã-Bretanha, França, Prússia, Áustria e Rússia. Tratava-se de um sistema multipolar, ou seja, constituído por vários polos de poder.

Entretanto, as guerras mundiais do século XX mudaram esse panorama. Antes de terminar a Primeira Guerra Mundial, em 1917, a Rússia viveu uma revolução socialista. Em 1922, formou-se a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), que chegou a reunir 15 repúblicas do Leste Europeu e da Ásia.

No final da Segunda Guerra Mundial, o sistema multipolar havia deixado de existir. Em seu lugar, emergia um sistema bipolar, com base na rivalidade entre duas superpotências: os Estados Unidos e a União Soviética. A partir de 1947, os Estados Unidos consolidaram sua influência no mundo. Dessa maneira, após a Segunda Guerra Mundial, o centro de poder havia se deslocado. Dois blocos antagônicos disputavam a hegemonia mundial: o capitalista e o socialista, cada qual representado por uma potência emergente. 



A rivalidade entre as novas superpotências do pós-guerra ultrapassou o âmbito estratégico e diplomático para se expressar também como contraposição de modelos de organização social e econômica. No pós-guerra, a URSS preocupou-se em reconstruir-se e visava também à expansão do socialismo para além de suas fronteiras. Os Estados Unidos, por sua vez, buscavam manter os mercados mundiais e assegurar a expansão do capitalismo. 

No plano estratégico, o sistema bipolar enfatizava a capacidade militar, materializada nos arsenais nucleares. A posse de arsenais capazes de reduzir o mundo a escombros tornou-se uma marca das superpotências. A paz era impossível, mas a guerra significaria a aniquilação mútua das superpotências e, por consequência, da população mundial, já que os alvos das suas armas atômicas, e até biológicas, se espalhavam por diversas partes do planeta.

A Guerra Fria foi a expressão desse “equilíbrio do terror” . Nesse período, apesar de não ter havido um enfrentamento direto, ocorreram diversas guerras e revoluções financiadas pelas duas potências, como as guerras da Coréia (1950-1953) e do Vietnã (1961-1975).

Nenhum comentário:

Post Bottom Ad